O
Boemio
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benvindo
O Novo
Há
um momento da vida em que nada mais espanta. Do mundo somos velhos
conhecidos e passageiros cordiais, buscando descobrir um amor maior
que o céu, integral e original.
Quando
pequenos percebíamos os mistérios sagrados, mas crescemos e agora
julgamos tola qualquer forma de carinho e afeto. Caímos e nos
levantamos, seguidas vezes, e o joelho calejado não dói raspando de
encontro ao chão. Fome, miséria, riqueza, um jogo de futebol,
encontros e desencantos da juventude borbulham em um caldeirão que
indiferente vejo como um filme colorido e bem produzido, embora
superficial. Por que a falta de vontade de conhecer coisas novas? A
incômoda sensação de que já não são mais possíveis grandes
descobertas, se hoje uma criança sorriu e uma flor se abre, vestida
de gala, no jardim? Tentamos deixar aprazíveis e ocupados os nossos
dias, esforçados para manter certo padrão econômico; no final de
semana é churrasco garantido, mas cadê as íntimas quimeras e
anseios que nos iluminam, nos sonhos adolescentes? Estão abarrotadas
e empoeiradas, esquecidas numa estante de algum canto obscuro da
memória, cansadas de esperar.
Por
favor, não deixemos que a escuridão apague a luminosidade. Façamos
ouvir os belos sons de um pássaro interior. Nos instantes de
provocação é que podemos nos conhecer. Este sentimento que se
insinua, radiante, faz parte do que somos. Cuidar do corpo e do
espírito – não basta a Vontade se não houver motivação. Os
caminhos que encontramos, já trilhados, são pontos de apoio quando
a noite é fria & temerosa. Talvez o espanto de tornar-se livre
rompa todas as barreiras que nós mesmos já erigimos!
Chegar
até aqui foi fácil. Prosseguir é que interessa.
EDUARDO
WAACK
O
Lixão Acabou;
Viva
matão.
!
Retirado do
boêmio de 09 de Agosto de 2013, número 285 →
a voz do povo é sábia e tem poder.
Quando a população se une por um objetivo comum, rompe barreiras,
supera adversidades e conquistas os seus objetivos. Assim foi com o
movimento Popular pela retirada do Lixão do Residencial Maria
Cândida, que teve início como uma simples reivindicação, de
algumas pessoas desesperadas, e cresceu em motivos e intensidade,
ganhando a simpatia de toda a população matonense, lutando até
alcançar o seu objetivo. O lixão foi extinto pela Prefeitura
Municipal, para em seu lugar, surgir uma nascente área de
preservação ambiental. Muito ainda há para ser feito neste lugar,
mas demos o primeiro passo mudando e transformando para melhor a
ordem das coisas. Agradecemos a todas as pessoas que colaboram nesta
luta. O prefeito de Matão, Chico Dumont, ouviu os anseios populares
e tomou a decisão correta, pois o Lixão
escuro era considerado uma vergonha para essa bonita cidade.
Esperamos que esta batalha pela preservação ambiental e promoção
humana tenha servido de exemplo para outras pessoas de outros bairros
e cidades. Muitos nos viam como loucos ou sonhadores. Nestes dias de
luta, fizemos amigos, discutimos direitos e deveres, pensamos em
Matão e nos tornamos mais seguros. Como disse Raul Seixas, “Sonho
que se sonha só, é um sonho que se sonha só, mas sonho que se
sonha junto é realidade!”
por
Eduardo Waack → Representando a Comissão dos Moradores do
Residencial Maria Cândida.
N.
do A.: Infelizmente, mesmo desativando este
Lixão, muitas pessoas continuam desrespeitando as leis municipais.
Opinião
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Falta-Me
Tempo
Reparei
que, com o tempo, as pessoas tem tido menos tempo umas para as
outras. Talvez o
problema não seja apenas do ser Humano, mas desse mundo em que
vivemos, que cada dia toma mais o nosso tempo, seja pagando contas,
fazendo compras e trabalhando.
Antigamente,
era mais comum as pessoas cultivarem uma reação mais estreita até
com os seus vizinhos; hoje, mal conhecemos quem mora ao lado de nossa
casa. Se fosse apenas isso, mas não para por aí...
A
distância pode ser vista também dentro do nosso lar. Cada um tem
uma rotina, não sobrando tempo ou disposição nem para sentarmos em
volta de uma mesa para colocarmos o papo em dia. Passa-me a impressão
de que as relações interpessoais tornaram-se mais frias, talvez não
porque queiramos, mas porque nos falta tempo em nosso dia a dia para
nos dedicarmos mais a essa questão.
Mas
será que, se ao invés de vinte e quatro horas, o dia tivesse mais
horas, usaríamos esse tempo para cultivarmos nosso relacionamento
com o outro?
Acho
que não, e ainda continuaríamos usando a típica frase:
_
Falta-Me Tempo.
Por
Richely M. Tavares
TODA
POESIA
TERCEIRA
GERAÇÃO
Brasil,
não conte comigo
Perdeu
um aliado
Perdeu
um amigo
Nasci.
Cresci.
Envelheci.
Levei
até porradas
Meu
neto viu,
E
até agora de bom nada vi.
Selmo
Vasconcelos – Porto Velho (RO)
O
Boêmio, 23 Anos!
O
Boêmio, jornal sério
nasceu
em 1990
depois
de inteligente
orgasmo
intelectual.
Em
suas colunas
fomos
encontrando
ano
trás ano a essência
das
notícias, assim como
a
literatura fecunda
e
elemental
da
cultura brasileira.
O
Poeta Eduardo Waack,
escrevendo
e editando,
foi
vencendo os problemas
da
economia,
das
emoções pessoais,
as
obrigações familiares
e
até mesmo a virtualização
da
imprensa toda!
Viva
essa força, Edu amigo,
Seguindo
caminhando
contigo,
agora e sempre
Teresinka
Pereira – Ohio (EUA)
CELLULA
MATER
Mulher,
como vieste a esse mundo?
Em
um dourado berço de princesa,
Ou
na enxerga nua e sem coberta?
Tua
mãe ninou o ventre fecundo
Ou
te mirou, sofrida na incerteza?
Mulher,
vieste para desfrutar
o
Mundo inacessível da riqueza
Ou
a servidão sem fim da pobreza?
Não
Importa; nasceste; segue o rumo
Mesmo
sendo cruel e traiçoeiro
Sem
ter a esperança
de
um dia ameno...
Laborando
tua faina por inteiro,
jamais
olvidarás a meta honrosa:
TEU
ÓVULO NA GESTAÇÃO DO MUNDO!
Para
isto vieste, eis teu louro:
Trabalhar
na lida dura, afanosa,
Sobreviver
no Futuro Vindouro.
Maria
Lúcia Silveira Rangel – São
paulo (SP)
DRUMMONDIANA
Chega
de gerúndio
eu
não me chamo Raimundo
nem
estou buscando solução
o
que eu quero mesmo
é
o fim da corrupção
Ilma
Fontes –
Aracaju (SE)
|
INUTILIDADE
Quem
fica parado a meditar
dificilmente
acha o remédio;
morre
de tédio.
Silvério
Ribeiro da Costa – Chapecó (SC)
|
VELHOS
AMIGOS, NOVAS HISTÓRIAS
Todos
dizem que aqueles das antigas
só
sabem & vivem daquelas nostalgias.
Mas
só alguns poucos não dizem tais besteiras
E
garantem que os conhecidos podem ser tanto quanto
Ou
mais antenados dos que os que são de agora.
O
mundo não é de hoje, mas aos de hoje,
parece
que tudo é o agora, se quisessem saber
quantas
histórias temos para contar,
o
quanto podemos ensinar e aprender,
mas
este é o problema da tecnologia
voltar-se
inteiramente para o novo
E
mesmo quando se voltam ao passado, criam outra coisa
– Como
agora, irão reinventar o relógio e os óculos. –
para
que possamos ver e sentir como nunca antes fora vivido.
E
nossos velhos amigos ficam esquecidos,
ou
ao menos não tem tantas curtidas como esperávamos
Ao
passo que o infame se alastra e o que envergonha
é
posto ao público em alto e desregulado som
na
luz do dia, tanto quanto ao percorrer das horas da madrugada.
E
na modernidade da mais atual futilidade
desconsideramos
o que sabemos que é valioso
que
já provou toda sua majestade
E
aplaudimos o que dubiamente propunha entreter
mas
que veio a causar confusão, alarde e exploração.
Se
não exploram valores hoje, não exploram mais nada.
A
menina se despiu no twitter para ver quantos viam
e
os pais não sabem mais a quem recorrer
Este
advento da rapidez, da exposição, do vulgar
Não
veio ao nosso pleno interesse
são
antes às pessoas que querem e desejam estas coisas.
Todavia,
eu prefiro meus velhos amigos poetas e suas novíssimas e fabulosas
Arte.
Não
que eu seja desconfiado dos novos
exceto
quando eles querem que deles desconfiamos.
Edson
Fernando – Matão (SP)
[exclusivamente para essa
edição d'O Boêmio_Online]
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