quinta-feira, 19 de abril de 2012

PASSAGENS

    texto de EDUARDO WAACK - publicado n'o boêmio de 13 de Abril de 2012 - Ano 21 - nº 271

    Todos estamos nesta Terra(haverá outras?)apenas de passagem. É fato que um ser maior e extraordinário nos criou, criaturas ordinárias que perderam a ordinariedade em troca dos bens de consumo. A vida humana assemelha-se a uma ponte, e uma ponte não é feita para morarmos nela, e sim apenas atravessarmos, para que possamos chegar a algum lugar. Estamos aqui de passagem mas não é por isso que deixaremos de nos esforçar. O esforço faz parte da medida da existência e quanto mais buscamos,mais encontramos e elevamos a nossa alma. Quanto maior o esforço, maior a realização. É válida a máxima - um mínimo de esforço deve gerar um máximo de realizações. Realizar é efetuar, concretizar, escrever, agir, fazer. Se pintamos, limpamos, reformamos ou corrigimos, realizamos. Se destruímos ou adoecemos também. Realiza grandes feitos, busque a simplicidade e perfeição das coisas imperfeitas, que estão ao nosso lado, ocultas-aparentes, próximas-distantes, dóceis-amargas. Como ser doces sem ser adocicado? É como ser forte, sem ser bruto.
    Na exatidão imaginatória dos fatos inexatos levamos a vida numa pegada relaxada e desritmada. Seguimos a fila, apenas isso. Temos um lugar marcado e mataríamos para defendê-lo, se não fôssemos covardes. Melhor seria seguir a correnteza, na imensidão selvagem de florestas, que não são hipócritas e estão ali; elas são. Vivem da causa e efeito. Dos mistérios do universo são amigas. As árvores assim como os humanos possuem intestinos, são suas raízes.Elas são fixas (não se movimentam) mas estão em comunhão como Eterno. Dão frutos e sombras, madeira e aromas. Nelas os pássaros fazem morada. Nós humanóides somos feios, vamos aonde queremos, viajamos de férias em transatlânticos e aviões supersônicos, nos embebedamos nos finais de semana,julgando-nos elegantes e antenados. Nossas raízes são os intestinos. Nossa consciência visceral está dopada pelo consumo excessivo de alimentos industrializados, falsificados, caros e artificiais:alimentos mentirosos.
    O que pensamos? Aquilo que o sistema manda e oferece. O que queremos?
Aquilo que nos fazem querer, ordenam perseguir, nos estimulam possuir. Fazemos do desnecessário a necessidade fatal, do inútil a maior utilidade - então não fazemos nada.Combatemos nossos semelhantes com uma raiva tamanha, e um banho de sangue só não acontece porque estamos sempre sozinhos...Se houvesse uma multidão de loucos e insanos conosco neste instante poderíamos depredar a cidade,assustar as crianças, pisotear a moral e a decência. Se não houvesse a polícia para nos reprimir,poderíamos  liberar os instintos mais perversos e mostrarmos como realmente somos,mesquinhos, violentos,invejosos, adoecidos e incapazes de reagir ou mudar. Sempre ovelha no rebanho seguindo ao matadouro, dependentes do sistema farmacêutico-hospitalar.Incapazes de uma transformação interior, nos escondemos detrás de aparências de cordiais cidadãos.Que levam seus cães para passear desde que estes façam suas fezes nas calçadas do vizinho...Amamos e cuidamos dos animais, no entanto somos incapazes de nos relacionar ou aprender com outras pessoas.
    Passa boi, passa boiada,passam os dias e avida passa-passou-passará num relance. Tudo passa. Passam a dor e a alegria, a fome e a nostalgia, o sono, as patrulhas e a apatia. Espero sinceramente que nesta procura você encontre aquilo que deseja. E que os seus desejos não causem destruição ao planeta. Sempre aflitos e alienados, somos apressados em nosso ócio, estressados por definição e inexperientes. Adoramos quinquilharias. Nos especializamos nas coisas fúteis e banais, naquilo que ocupa nosso tempo e faz esquecer que o tempo é a vida.Querem nos forçar acreditar que tempo é dinheiro. Que o dinheiro é a base da civilização ocidental, é como se fosse o precioso-sangue a correr em nossas veias entupidas.Querem nos fazer crer que os horários sao para serem cumpridos e as ordens aceitas sem discussão, que a submissão conduz ao patamar dos vitoriosos, como num ritual de passagem: corrompendo e corrompidos somos semelhantes e poderosos. Você concorda com isso?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com.br/2012/04/eduardo-waack-entrevista-n-397.html



                  É com imenso prazer que lanço este blog, um blog dedicado a vincular on line informações a respeito d'O Boêmio ede Eduardo waack, celebre escritor  residente a mais de 20 anos em Matão/SP.
            Este link é de Antologia Poética Momento Litero Cultural, link 397,onde há uma entrevista de Selmo Vasconcellos com Eduardo Waack, um breve resumo da vida de ser resplandecente em suas convicções de melhoras individuais e coletivas, focado ao meio ambiente externo e interno.

      Há também muitas fotos sobre momentos diversos da  vida do escritor, além de maravilhosas poesias de Eduardo Waack, é pra por nos favoritos e sempre deleitar-se na mais pura poesia contemporânea.


http://antologiamomentoliterocultural.blogspot.com.br/2012/04/eduardo-waack-entrevista-n-397.html