sábado, 3 de novembro de 2012

Sileno




A Paixão pela Liberdade


    Originalmente, esse blog, só iria transcrever versões distribuídas pelas ruas do famoso jornal cultural O boêmio. Mas, como sabemos, a vida é mais surpreendente do que imaginamos. Assim, o editor d'O boêmio real, Eduardo Waack enviou-me um material inédito para publicar aqui no blog e isso irá acontecer. Aproveitei um texto que intencionalmente escrevi para publicar n'O boêmio mas que nunca enviei, o resultado é  essa versão totalmente inédita. 

    Mas, o que significa Sileno.

    Sileno era o maior discípulo de Dionísio,o deus Grego do Vinho e do Teatro, Sileno bebia tanto que tinha visões em suas bebilanças e frequentemente os sátiros e outros seres encantados tinham que ajuda-lo a chegar em casa. Nietzsche assim escreveu sobre essa lenda: assim

     Segundo o filólogo e filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 - 1900):

"Reza a antiga lenda que o rei Midas perseguiu-o na floresta, durante longo tempo, sem conseguir apanhá-lo. Quando, por fim, ele veio a cair em suas mãos, perguntou-lhe qual dentre as coisas era a melhor e a mais preferível para o homem. Obstinado e imóvel, calava-se; até que, forçado pelo rei, prorrompeu finalmente, por entre um riso amarelo, nestas palavras: - Estirpe miserável e efêmera, filhos do acaso e do tormento! Por que me obrigas a dizer-te o que seria para ti mais salutar não ouvir? O melhor de tudo é para ti inteiramente inatingível: não ter nascido, não ser, nada ser. Depois disso, porém, o melhor para ti é logo morrer" (Nietzsche, O nascimento da tragédia).


E assim, iniciamos uma nova edição com o título, Sileno,  pois por vezes somos desprezados e acham até que somos gente maldosa, mas na hora dos conselhos nos procuram e nem assim, veem com a guarda baixada, pois ainda assim, pergunta coisas que querem saber e JAMAIS as coisas que precisam ouvir.

    Amigos(as) bem vindo ao Boêmio On Line.

 

 




A TERAPIA DO OBSERVADOR - 1 de 2

      Por Edson Fernando

 

   Alguns livros de ficção gostavam de imaginar o mundo como um reino de catástrofes e violência modernas, sempre. talvez, ainda não chegamos no ideal de implantes biônicos com tecnologias cibernéticas, cyber--punk em si. Mas, ainda nos encontramos em 2000 e pouco, ainda desfrutaremos de eras com violência digital e suas mortes tecno existencial, suas armas atômicas de bolso e suas drogas com alucinações em um plano quadrimensional.

    falando com as possibilidades atuais, a violência tornou-se algo que se  aproxima de um padrão rude. E isso, deve-se ao fato da violência ter transmutado de coletivo para individual,aos olhos populares, seria, não ter um motivo coletivo para essa violência, ser violento sem um grande motivo por trás. Pois a humanidade prefere acabar com uma guerra a evitar uma guerra. Hoje, fala-se muito em banalização da vida e morrer por um tênis, dizem que as drogas é que são culpadas, e que o mundo está perdido. Ora, então o mundo está perdido desde épocas antigas, sabe aquelas histórias da inquisição, de colonizações, tráficos descarrados de pessoas, nazismo, datas que fazemos questão de esquecer. O que quero dizer é que já fomos violentos antes, mas nos faziam crer que a violência era o melhor de nós, tínhamos que ser violentos para matar as bruxas, violentos pois só o ariano tem vez, violento pois tínhamos  que manter nossos escravos nos eixos. Assim, hoje achamos absurdo tantas notícias violentas pois o matar, roubar, o violentar, ganhou causas pessoais, insignificantes, e isso a opinião publica não permite, pois só os grandes decidem quando atirar.

    De certa forma, a violência é causada por uma falta de identidade  e/ou por uma perda de identidade. Todos, teoricamente, podem ser violentos, em níveis distintos, mas podem. Porem algumas pessoas são incapazes de certos atos. A frase religiosamente correta "A violência gera violência", de certa forma é verdadeira e não deveria nos assustar tanto; pois se um ato violento,participa do nosso cotidiano, logo, muitos tendem a pagar na mesma moeda, exceto,os que são fracos ou os quem creem nas palavras do Cristo.

    A violência é irreversível e progressista. Uma vez que ensinam violência na escola, no MMA, na tv, no trabalho, nas letras das músicas, no desintencionalismo pelas verdadeira Crenças,migrando entre religiões, e só segregando entre seus pares, desestimulando a verdadeira irmandade que nasce da diferença e jamais  na unidade. A violência está nos campos de futebol, nos locais públicos e mesmo dentro de casa. Imaginar um mundo sem violência é imaginar um mundos em pessoas. O que seria possível, seria um mundo menos violento.

(continua)



 

Toda A Poesia

 

APARÊNCIAS


Eu vi a cobiça nos olhos de meu amigo
E a séria lucidez do inimigo. Ela foca,
Ele é forte, e as barreiras caem à frente
De seu preciso mirar.

Eu vi a chuva chegando, ao longe,
No bojo de nuvens cinzas, e senti a água
Escorrendo a purificar meu corpo.

Gotas frias, pelo quente: arrepio!
Pés como asas não andam, não voam, cortados.

À espera da redenção a dúvida crescia
Esparramando a poeira transformada em lama.

Quem eu julgava amigo, de imediato mentiu
E ri bem acompanhado nas madrugadas de neon.
Inimigos fiéis, companheiros de jornada
Necessitam tanto de mim quanto eu deles.

Caminhando, vim, vi e não me aborreci.
Apanhei, revidei, ponderei, ensinei, aprendi.
A terra em que pisamos, fértil & dengosa,
Deu-nos vida e a todos acolherá na morte.

A esperança fez-me homem, e o homem é humilde
Pois sabe que aos fracos pertence a natureza.
Quem se corrige, reverbera e vai além.

Menina crescida, mulher poderosa. Eu vi
Abrir-se a primeira rosa do jardim sonoro
No elétrico segredo da palavra medo.
Conhece-te, e possuirás o mundo!


Eduardo Waack





                                                                        

Eduardo waack